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quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Manuais escolares e outros recursos educativos - a lei mudou

Artigo interessante de Maria José Vitorino sobre a desmaterialização dos manuais escolares. In ALFINete

A lei 72/2017 publicada ontem em Diário da República - que vem alterar o regime jurídico de adoção e certificação dos manuais -, tem como única novidade o "fomento, desenvolvimento e generalização da desmaterialização dos diversos recursos educativos". A medida resulta de uma proposta do Partido Ecologista Os Verdes (PEV), aprovada em abril e justificada com a preservação de recursos naturais, o preço dos manuais e o peso excessivo transportado pelos alunos nas mochilas escolares.
A lei mudou, e isso tem importância, pois a nova redação obriga o Estado a agir relativamente aos manuais escolares, como já obrigava, mas compromete-o com estratégias que incluem naturalmente recursos digitais que ultrapassam o formato do manual tradicional - incluindo a sua produção, desmaterialização e generalização. A palavra generalização é importante, tanto como as outras - pois a universalidade do acesso a esses recursos é assumida como responsabilidade pública. 

Uma alínea que pode fazer a diferença se soubermos onde queremos chegar. A literacia digital neste caso é preciosa para ultrapassar juízos de corrida (estar à frente, estar atrás) e defender conteúdos relevantes, que todos possam escolher, usar, transformar e produzir. Não se trata apenas de ter menos peso nas mochilas, mas também do sentido que os recursos fazem nos percursos educativos e na efetiva igualdade de acesso a educação de qualidade por parte dos cidadãos. Em idade escolar, antes e depois da idade escolar.
Cada vez temos mais consciência de que se aprende dentro e fora da sala de aula, dentro e fora da escola

Nesse sentido, é pena que a última alínea do mesmo artigo que agora se altera não se tenha atualizado - onde se diz que o estado se obriga a promover a promover a "formação de docentes e responsáveis educativos em avaliação de manuais escolares", faltaria ir mais longe, e adicionar "e outros recursos educativos

Convém estar atento à paisagem, que não se resume aos editores comerciais e aos decisores oficiais. 
Para além dos caminhos traçados pela Rede de Bibliotecas Escolares, que de há muito assumiu a dimensão digital como uma vertente nuclear do seu desenvolvimento, e pelo Plano Nacional de Leitura, e das estratégias editoriais dedicadas a mercados nacionais - como a Porto Editora - ou internacionais - como a Planeta - há outros agentes que poderão ser determinantes na mudança de atitudes e nas medidas políticas com efeito real no quotidiano de quem aprende, ensina, forma e se forma.

Projetos como os do CIDAC com a Par-respostas sociais, por exemplo:  "Acima da Média! Descodificação dos Media ao Serviço da Cidadania Global"ou as iniciativas da Fundação Gulbenkian

Por exemplo... 

Em Maio de 2017, no Porto, decorreu o 4º Congresso Literacia Media e Cidadania, que reuniu uma comunidade significativa de educadores e investigadores
Entre 25 de Outubro e 1 de Novembro de 2017, bem depois das eleições autárquicas, acontece em todo o mundo a 6ª GLOBAL MIL WEEK - SEMANA GLOBAL DA LITERACIA DOS MEDIA E DA INFORMAÇÃO, para que a Unesco convoca parceiros em todo o mundo. Entre 24 e 24 de Outubro, em Kingston, Jamaica, acontece a 7ª Media and Information Literacy and Intercultural Dialogue (MILID) Conference.

Em Portugal , nos dias 21 e 22, teremos oportunidade de acolher alguns dos participantes dessa mesma Conferência, durante o 3º Seminário Internacional FOLIO EDUCA Revoluções, revoltas, rebeldias, educação, leitura e literatura.

É que isto anda mesmo tudo ligado.

9 dicas para os professores escolherem recursos educacionais digitais

A tecnologia permite o acesso a uma infinidade de recursos que podem ser usados no processo de ensino e aprendizagem. Para isso é preciso que os professores tenham a competência para selecionar os conteúdos e ferramentas mais relevantes para os seus alunos. Eles devem estar alinhados com os objetivos de aprendizagem previstos no currículo, ter consistência e fidedignidade, além de serem simples e intuitivos.
Levando em conta estes parâmetros, elencam-se 9 fatores que devem ser levados em conta ao longo do processo de seleção:

1) O conteúdo possui alinhamento com o currículo?
Aqui o professor precisa definir previamente o conteúdo pedagógico para o qual necessita dos recursos e delimitar os objetivos de aprendizagem que deseja alcançar. Feito isso, ele deve analisar se o recurso responde claramente aos objetivos, se está adequado ao público-alvo, se é relevante, preciso e confiável. Por fim, é preciso verificar se as atividades fazem sentido para os objetivos traçados.


2) O conteúdo é de qualidade e adequado ao propósito?
Para responder a essa questão, o professor deve verificar se o conteúdo é central e relevante dentro da experiência de aprendizagem. Objetos como imagens, áudio e vídeos devem ser adequados ao público e ao contexto de uso. Eles também devem ser de qualidade gráfica e sonora que permitam fácil entendimento nas diferentes plataformas. O documento do CIEB alerta, ainda, que devem ser evitados recursos com conteúdos com parcialidade política, religiosa ou étnica, preconceitos, material ofensivo ou omissões.


3) Possibilita métodos pedagógicos inovadores, promovendo engajamento e facilitando a aprendizagem?
Um dos benefícios dos conteúdos digitais é a grande variedade de tipos (texto, áudio, vídeo, imagens, páginas de internet interativas, aplicativos e jogos), que oferecem múltiplas oportunidades de escolha para aprender. O professor é quem deve planear a melhor forma de aproveitar essa diversidade, baseado no perfil dos alunos. Isso pode acontecer por meio de métodos como ensino híbrido, sala de aula invertida, ensino adaptativo, aprendizagem através de desafios, projetos, aprendizagem personalizada, dentre outros. Na seção glossário, do Porvir, encontra a definição de cada uma dessas estratégias.


4) Possui formas efetivas de avaliar a aprendizagem?
Um recurso educacional deve mostrar se o aluno conseguiu ou não alcançar os objetivos de aprendizagem propostos. Isso pode ser feito através de pequenas atividades incorporadas em diferentes etapas, de uma avaliação informal no final, de uma autoavaliação ou através de atividades em pares e em grupos. Também é possível fazer uma avaliação formal, que mede o nível de desenvolvimento alcançado pelo aluno durante e/ou após o uso do recurso em comparação ao seu conhecimento prévio.



5) É fácil de usar?
Um bom recurso não deve necessitar manuais ou orientações para ser usado. Além disso, o tempo que os alunos precisam se dedicar para entender como ele funciona não pode ser maior do que aquele requerido para aprender o conteúdo pedagógico. Um recurso com boa usabilidade tem imagens e ícones que seguem convenções. Ele deve funcionar de maneira consistente em diferentes dispositivos e ter design agradável.


6) Funciona com os sistemas disponíveis na sua rede/escola?
É indispensável que o professor conheça os sistemas da sua rede ou escola, principalmente o Ambiente Virtual de Aprendizagem (caso exista), porque tanto o uso do recurso quanto o acesso aos resultados das atividades depende dessa integração.


7) A infraestrutura disponível na sua rede/escola é suficiente para o uso do recurso?
É importante que o professor conheça as tecnologias presentes na sua rede/escola, saiba quais são as mais usadas pelos alunos e verifique se os requisitos mínimos do recurso, ou tecnologias suportadas por ele, têm resposta. Entre outros fatores, deve ter em conta o seguinte a: o tipo de dispositivo (computador, tablet ou smartphone); velocidade da ligação com a Internet da escola e dos alunos; sistema operativo (IOS, Android, Windows, MAC…); navegador (Internet Explorer, Chrome, Firefox…); disponibilidade de softwares (Word, Excel…); e tamanhos de écran (resolução). No caso de plataformas que funcionam em linha, o educador ainda pode verificar se também existe possibilidade de uso off-line, se a ligação da escola não for suficiente. Também é importante verificar as garantias de segurança e políticas de privacidade relativas aos dados dos utilizadores e se elas não violam os dados e a privacidade dos alunos.


8) Possui funcionalidades para inclusão e acessibilidade?
Aqui o professor deve verificar se o recurso possui funcionalidades que respondem ao uso de alunos com deficiência. As necessidades podem variar, mas pode-se destacar características como: interfaces simples, fáceis de usar, com possibilidade de adaptar o tamanho das fontes, cores de letras e fundo de tela, legendas ou áudio opcional de todo o conteúdo, incluindo descrição de imagens, além de guia de uso para alunos.


9) Procure referência e partilhe
O professor deve procurar referências sobre a reputação do autor, da instituição ou empresa que fornece o recurso, pois elas podem funcionar como um indicador importante de qualidade. Caso não haja referências, será necessário procurar outros recursos do mesmo autor, instituição ou empresa. Ele pode conversar com outros professores que já utilizaram – isso ajuda a entender os principais pontos fortes e fracos do recurso e do fornecedor.


Adaptado do português do Brasil.

In Blog RBE 29-08-2016

terça-feira, 29 de agosto de 2017

E viveram com livros para sempre. Como criar um leitor.

De pequenino, torce-se o pepino e também se começa a gostar de livros. Basta que os pais leiam aos bebés – até receitas –, que a leitura se faça em família e que todos se deixem levar pelos livros.

Não é apenas um capricho – está mais do que comprovado que os livros contribuem para o desenvolvimento das crianças, e que são também aliados saudáveis para a vida adulta. É por isso que se contar um conto deve mesmo acrescentar um ponto, e mais um ponto, e mais um ponto, até que a leitura seja um elemento de proximidade familiar, uma atividade enriquecedora para todos e, mais importante, um momento feliz.

Catarina Homem Marques

Leiam o artigo completo do Observador

terça-feira, 1 de agosto de 2017

75 anos de Os Cinco

Uma mostra na Biblioteca Nacional assinala os 75 anos do nascimento dos Cinco. O primeiro título da série, Os Cinco na Ilha do Tesouro, foi publicado em 1942. Mas a obra não envelheceu: hoje, Enid Blyton continua a ser a autora mais requisitada nas bibliotecas públicas britânicas
Leia o artigo do JornalI.