“Hoje, o nosso quotidiano e o nosso comportamento estão profundamente moldados pelas novas tecnologias, desde a forma como contactamos com os outros até à maneira como o trabalho está organizado. É difícil que haja grandes retrocessos nessa dinâmica”, analisa a socióloga Paula Urze. No entanto, defende, “estes movimentos de consciencialização social, que tentam recuperar algum equilíbrio, podem contribuir para a reflexão sobre o modelo de sociedade que queremos”. Paula Urze lembra que “é importante ter a clarividência de que a tecnologia não se impõe: é feita por nós e o caminho que ela toma é definido pelos atores sociais”.
“A quantidade faz o veneno”, lembra a investigadora Ana Luísa Cardoso. “Não se trata de ser radical e de abolir as tecnologias, mas de perceber a partir de que momento elas têm efeitos negativos.” E contrariá-los.
SINAIS DE INTOXICAÇÃO
Esteja atento aos comportamentos que podem indiciar que precisa de se afastar das tecnologias
> Fica ansioso quando o telefone não está por perto.
> Consulta as redes sociais mesmo quando está acompanhado.
> Fica triste ou de mau humor depois de consultar as redes sociais.
> Vai contra os móveis. O melhor é evitar caminhar a olhar para o telefone.
> Tem dificuldades de concentração e não consegue ler um texto do início ao fim.
> Fica com os olhos vermelhos, secos ou irritados. Faça pausas de, no mínimo, 20 segundos a cada 20 minutos diante do ecrã.