Há quanto tempo não lê um bom livro? E
quanto tempo passa por dia no Facebook? Ao que parece, lemos muito pouco e
passamos demasiado tempo ao telemóvel.
Um livro é uma excelente companhia.
C.S. Lewis disse que "nós lemos para que saibamos que não estamos
sozinhos" e Airton Ortiz completa esta ideia com outra bem interessante.
"Somos o resultado dos livros que lemos, das viagens que fazemos e das
pessoas que amamos".
Até Bill Gates, o antigo homem forte da Microsoft, que há mais de 30 anos
anteviu a revolução digital, disse que os seus filhos teriam computadores, mas,
antes disso, teriam livros.
Numa altura em que passamos tanto tempo com o queixo apontado ao peito e
com os dedos plantados em cima do ecrã do telemóvel, talvez fosse melhor trocar
parte dos 50 minutos que passamos, em média, todos os dias, no Facebook por uns
minutos de leitura, de preferência a folhear um livro com capa e páginas de
papel.
Claro que pode sempre optar pelo e-book, mas corre o sério risco de
divergir, outra vez, para as redes sociais.
No meio de tudo isto, qual é o lugar dos livros nas nossas vidas? Vamos aos
números. Em 2018 foram comprados 11,7 milhões de livros em Portugal, sem contar
com os manuais escolares.
Cada português compra pouco mais de um livro por ano. E 40% dos portugueses
leem, apenas, um livro por ano.
Entre 2009, o ano do início da crise, e 2018 venderam-se menos três milhões
de livros. Não somos lá muito amigos da leitura!
Reservamos 1,1% do nosso orçamento para compra de livros, deve ser das
poucas percentagens em que estamos alinhados com a média europeia e não pelas
melhores razões.
Talvez Portugal devesse pôr os olhos na América, sobretudo nos mais jovens.
De acordo com a empresa de sondagens Gallup, em 2019, os americanos preferiram
frequentar bibliotecas públicas em vez de irem ao cinema, ou aos museus, ou a
espetáculos desportivos.
Em média, 10,5 visitas a bibliotecas públicas ao longo de 2019.
É claro que, num número médio, há diferenças que variam em função da idade
e do sexo. As mulheres foram 13,4 vezes, os homens 7,5.
E enquanto os inquiridos entre os 18 e os 29 foram, em média 15,5 vezes às
bibliotecas, já a faixa dos 50 aos 64 não foi além das 6,8 visitas.
Estes números parecem confirmar uma tendência.
Em 2017, o Fact Tank do Pew Research Center, indicava que só 46% dos
adultos norte-americanos frequentavam bibliotecas.
No entanto, só os millenials, ou seja, a geração entre os 18 e os 30 anos,
representava 53% do total das visitas presenciais - 41% foram à biblioteca
através da internet.