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sexta-feira, 6 de maio de 2016

Concurso de Escrita Criativa 16 - Textos Premiados

No âmbito da temática “Elos de Leitura”, os alunos dos 10º e 11º anos  foram convidados a partilhar leituras com o lema «Um livro que aconselharias a um amigo».

A partir de um dos títulos aconselhados, escreve uma nova história, num texto em prosa que não ultrapasse as duas páginas A4.
No teu texto poderás incluir a(s) frase(s) exemplificativa(s) da obra selecionada. 

Textos Premiados

Apresentamos um excerto de cada texto produzido.  Podem ler a versão integral aqui.

1º lugar - Rúben Simões, 12º1
A Melodia do Adeus

Escurece… Mais um dia que acaba e a cidade parece dormir.
Já mal a vejo. Quando apaga a luz, vem deitar-se a meu lado, em teimosas miragens que não quero largar. Oh, ópio perfumado! Assim que caio no sono, alucino com outras noites em que, sem sono, fui bem mais feliz com ela.
Batem duas horas no sino da igreja, nem dei pela entrada da madrugada… Batem dois estrondos na minha cabeça e eu acordo. Desperto do sonho adormecido para o pesadelo acordado. “Perdi o controlo sobre tudo. Até sobre os lugares dentro da minha cabeça.”
...
2º lugar -  Miguel Palma, 12º1

A Rapariga no Comboio

Meter o pé no comboio e não saber ao que vais. Não te alistaste para isto. “Onde é que me desinscrevo?”. Entraste e desajeitadamente procuras onde pertences. O teu lugar é aquele e mesmo que queiras, não te podes sentar naquele que vai com vista para o mar. O estofo verde-escuro cobre uma espuma desconfortável, viras-te e reviras-te até encontrares a tua posição ideal. Acabas com a testa encostada ao vidro, a mão na face suporta o peso da cabeça enquanto o cotovelo se apoia no parapeito do vidro gelado. O olhar apaga-se. Tens uns olhos escuros, brilhantes, já os vi perfurar sete almas só nesta carruagem, incluindo a minha. Estranha essa sensação, de te olharem para lá do teu corpo físico e chegarem ao que só alguns olhos com poderes conseguem ver. O que será que eles veem?
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3º lugar -  David Miranda, 11º1

V de vingança

A poeira assentou. Olhei em meu redor, escombros e destruição por toda a parte. Já mal se viam os aviões, aquelas máquinas voadoras que espalharam pela nossa “casa” um imenso mar de sangue vivo. O céu estava coberto por uma camada de nuvens carregadas, e também a mim me apetecia chorar.
Akim, o meu jovem filho e um grande orgulho, segurava na mão esquerda uma espingarda, permanecendo imóvel ao lado do corpo da mãe gélido e endurecido. Que diziam os seus olhos? Seria aquele verde intenso tristeza? Ou vingança?
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