A propósito do Poema "Ela canta, pobre Ceifeira" de Fernando Pessoa, as alunas Daniela Monteiro e Carolina Fernandes do 12º 3 criaram o seguinte texto, um diálogo entre o poeta Fernando Pessoa e a "Ceifeira".
Diálogo
Poeta e Ceifeira
Colheita - Ceifeiras, Silva Porto, 1893 |
Poeta- Pobre ceifeira, porque cantais?
És tão feliz e nem percebeis.
Ceifeira- Isso é inveja?
Poeta - Inveja?
Inveja da inconsciência,
Já não tenho paciência!
Ceifeira- Tu estás preso nas tuas rimas, nunca te sentirás realmente feliz!
Poeta- Feliz não é sinónimo de inconsciente.
Infelizmente o conhecimento é insuficiente.
Ceifeira- Antes pobre que um ser que pensa que é gente!
Poeta- Vida de trabalho
Vida a tua
Vida má e crua!
Ceifeira- As minhas mãos estão calejadas pelo esforço de trabalhar…
Já viste que não sou assim tão ignorante?
Tal como tu já estou a rimar…
Poeta- Gozais comigo da forma como rimo?
Ceifeira- Tão culto e não entendeis ironia?
Poeta- Estou impressionado como sabeis o que é ironia?!
Ceifeira- Porque paraste de rimar?
Poeta- As minhas rimas são um desperdício para alguém que não as aprecia.
Ceifeira- A minha arte é cantar, a tua é rimar...
Poeta- Quem somos nós neste mundo?
Ceifeira- Ambos somos insignificantes!
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