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sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Dia Mundial da Leitura em Voz Alta

O Plano Nacional de Leitura 2027 comemora o Dia Mundial da Leitura em Voz Alta com o espetáculo ABSURDEZ (isto não faz sentido nenhum) produzido pela ANDANTE Associação Artística, em parceria com o Clube de leitura em voz alta Clevinhas da EB Professor João Dias Agudo, Agrupamento de Escolas de Venda do Pinheiro, Mafra, que irá para o ar no dia 1 de fevereiro, às 10h30m, no Portal, Youtube e Facebook do PNL2027.




ABSURDEZ (isto não faz sentido nenhum)

Celebrar a leitura em voz alta:
Sem público? – Isto não faz sentido nenhum
Com máscara? – Isto não faz sentido nenhum
Sem nos podermos tocar? – Isto não faz sentido nenhum

Num tempo em que poucas coisas fazem sentido, ou pelo menos, o sentido que costumavam fazer, resolvemos fazer a celebração da leitura em voz alta com leitura de literatura do absurdo para a infância. Com as crianças. Desde a tradição oral até Lewis Carrol, de Gianni Rodari a Manuel António Pina, de Luísa Ducla Soares e João Pedro Mésseder a Fernando Pessoa. Porque nem todas as histórias começam e acabam da mesma maneira; porque o nonsense ajuda a organizar o caos; porque o poético e o absurdo fazem muita falta para nos ajudar a olhar para o mundo de outro modo e porque rir de um mundo virado do avesso nos pode salvar os dias.

Ler em voz alta amplia o gosto pela palavra.


Vejam as sugestões de livros do PNL para ler em voz


In PNL

Rodolfo Castro: Só a leitura forma leitores.

“Ler em voz alta favorece o gosto pela palavra, a escuta, a concentração e a atenção. Melhora a capacidade de comunicação e torna a técnica de ler mais eficaz. Amplia o gosto pelo livro, pela palavra, pela leitura.

“O mediador de leitura lê com o outro e não para o outro. Lê para envolver, para fantasiar e saborear as palavras. Uma boa mediação de leitura comprovará que ler é bom, surpreendente e até divertido.”

Aconselhamos a ver os vídeos que o PNL2027 partilha na sua página. Nestes vídeos, Rodolfo Castro partilha a sua experiência e convida-nos a “contribuir para uma leitura mais eficaz e um encontro feliz entre os livros e os leitores.”  


Vídeo 1 – Só a leitura forma leitores.

Vídeo 2 – Brincar com a leitura é coisa séria.

Vídeo 3 – Três passos para melhorar a leitura em voz alta.

Vídeo 4 – Caixa de ferramentas da voz.

Vídeo 5 – A Leitura em Voz Alta vive de contrastes.

Vídeo 6 – Provocar e emocionar. Uma leitura desde os sentimentos.


quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

We Remember - Dia Internacional em memória do Holocausto



Decorre no dia 27 de janeiro a Conferência sobre o Holocausto, no Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.





27 de janeiro: Dia Internacional em memória do holocausto

 O dia 27 de janeiro assinala, em todo o mundo, o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Neste dia, relembra-se o genocídio cometido pelos nazis durante a Segunda Guerra Mundial. Durante este período, judeus, ciganos, homossexuais, pessoas com deficiência, entre outros foram enviados para campos de concentração criados pelos Alemães por toda a Europa.

O dia 27 de janeiro de 1945 ficou para a história como o dia da libertação do campo de Auschwitz-Birkenau, um  dos campos de concentração mais conhecido.

Apresentamos alguns livros sobre este triste episódio da história mundial que podes encontar nas bibliotecas do Agrupamento.


Associação Memoshoá apresenta várias atividades a desenvolver na sala de aula.

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Portugal, a última Fronteira - "Projeto Ensino do Holocausto"

No âmbito do projeto “Ensino do Holocausto”, a Direção-Geral da Educação dedica este webinar à ação diplomática portuguesa durante a 2ª Guerra Mundial, contando com a parceria com a Biblioteca e o Arquivo Histórico-Diplomático do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Este recurso tem como objetivos reconhecer a importância da diplomacia e dos diplomatas na manutenção da paz e contactar com os recursos disponíveis no site do Instituto diplomático sobre Portugal na 2ª Guerra. Consequentemente, abordam-se não só os antecedentes da 2ª Guerra, mas também vários aspetos da ação diplomática portuguesa, a saber, a neutralidade, a atitude face aos refugiados judeus e a ação de Aristides de Sousa Mendes, Sampaio Garrido e Alberto Branquinho.

Acrescente-se que, com a apresentação de documentação, em especial a exposição “Vidas Poupadas”, salienta-se a importância do acesso às fontes primárias na disciplina de História, como reforço da consciência histórica. Por fim, pretende-se com o webinar “Portugal, a última Fronteira” a manutenção da memória do Holocausto na construção dos princípios da tolerância, da não discriminação e do respeito mútuo, presentes na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento e no “Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória”.


quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

VENTILADOR um poema de JOSÉ JORGE LETRIA

 Ventila o ar e ventila a dor

No meio do labirinto cinzento dos dias que se acotovelam na disciplina militar

Nos calendários em que hoje ninguém procura

Datas que valha a pena, ainda, celebrar.

Não deixamos de ser quem eramos

mas deixamos de fazer da pressa o fermento que alimenta os músculos

para a corrida que nos torna heróis do muito, que já não somos.

Deixamos de valer pelas roupas, pelas casas, pelo rigor opressivo dos relógios

pelo triunfo a cada hora celebrado do lucro aumentado

nas folhas limpas do nosso tédio,

da alegria inebriante de se ser primeiro em quase tudo

 

Vieram os animais perguntar quem somos

o que queremos, e tambem o que valemos

Vieram os pardais, os esquilos, as raposas, as lentas tartarugas e os mamíferos opulentos

para tentar saber quem deixou o Mundo neste estado

Viram as portas fechadas, as janelas cobertas

com panos espessos de afugentar o sol

de afugentar sorrisos e abraços

 

Viram retratos do que eramos antes da febre

entrar no nosso corpo para dizer que já é tempo

de desistirmos do imenso engano que criamos

ilisionistas deste assombro transformado em derrota

 

Não viram exércitos, mísseis, drones assassinos

mas viram, muito mais do que é costume

gente a chorar nas bermas das praias vazias

por uma sopa quente, por um prato de carne ou peixe

por todos os manjares que sendo altivos e excessivos

de súbito se tornaram irmãos gémeos de uma imensa fome

E todos tinham máscaras

como se fosse esse o traje aprovado

para o apocalipse das mesas limpas e vazias

 

Alguns pronunciavam com respiração grave e pesada, a palavra vacina

como se fosse ela agora o nome de deus

na boca entreaberta das cidades tombadas em combate

 

Vieram os animais pedir-nos a dádiva da esperança

mas ninguém se ergueu para responder

porque havia muita gente de bata branca a salvar uma última vida

antes da prece salvadora

E houve até descrentes que se ajoelharam

abraçados a árvores antigas e a pilhas de livros

e disseram oss nome dos filhos e dos netos

como se fosse essa a fórmula mágica dos corações que não desistem deste mundo

Alguém, ligou então o ventilador

o que ventila o ar, o sonho e a dor

E pediu-lhe para nunca desistir de acender

a última luz do dia no sobressalto das lágrimas

sob pena de deixar morrer em nós, sem remédio

a chama vacilante e breve

que nos prende ao último vôo que nos faz ser livres desta vida!

sábado, 16 de janeiro de 2021

Concurso Nacional de Leitura Fase Escola

Decorreu de 6 a 12 de janeiro a fase escolar da 14.ª edição do Concurso Nacional de Leitura, iniciativa integrada no Plano Nacional da Leitura e promovida pela Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), contando com o apoio da Rede das Bibliotecas Escolares (RBE).                                                                                           

O objetivo central do Concurso Nacional de Leitura é estimular o gosto e os hábitos de leitura e melhorar a compreensão leitora.

Esta fase escolar contou com a participação de 69 alunos de todos os níveis de ensino do Agrupamento. Para realizar as provas, os professores utilizaram a plataforma de aprendizagem online  Kahoot. Os alunos do 1º e 2º ciclo realizaram a prova nos computadores da BE e os alunos do 3º ciclo e do secundário em casa. 

Ficaram apurados para a Fase Municipal, que se realizará no dia 18 de fevereiro, os seguintes alunos:

. João Serejo 3.ºB (Sacadura Cabral)

. Eva Oliveira 4.º2 (Brandoa)

. Maria Afonso 5.ºG (SMBA)

. Miriam Pires 6.ºD (SMBA)

. Dinis Teixeira 7.ºF (SMBA)

. Beatriz Gavriliuc 9.º4 (ESFN)

. Daniela Bargado 12.º3 (ESFN)

. Natacha Neves 12.º3 (ESFN)

Parabéns a todos os participantes!

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Concurso de cartazes : Dia Nacional do Mar

Divulgamos os cartazes produzidos pelos alunos da EB1/JI da Brandoa no âmbito da comemoração do Dia Nacional do Mar.

Este concurso foi dinamizado pela Biblioteca Escolar e teve a participação, no júri,  de um representante da Associação de Pais, Rute Santana e um representante do Eco-Escolas, António Neves.

Esta produção foi muito rica e diversificada.

Parabéns a todos!




segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

"Soletrar com Sophia"

No dia 22 de dezembro de 2020, realizou-se uma atividade de Soletração na Escola Básica Sophia de Mello Breyner Andresen.

Durante as aulas de português, os alunos foram praticando esta atividade que visa não só o melhoramento da pronúncia e da ortografia como também o aumento do vocabulário. Assim, de forma lúdica e séria, em cada turma se selecionou um aluno que participou na atividade final “Soletra com a Sophia”.

Desta forma, ao longo de três rondas, os alunos foram soletrando palavras como pisadura; hipismo; saracoteado; honorabilidade que a professora Ana Paula Fernandes ia ditando. No final das rondas, foi selecionado o melhor soletrador do 7º ano - Débora Figueiredo do 7ºB.

Muitos parabéns à vencedora e a todos os participantes que deixaram os professores e as turmas muito orgulhosos!

Os professores André Fonseca e Sónia Ferreira

 

 

 

sábado, 2 de janeiro de 2021

Homenagem a Carlos do Carmo

Para conhecer um pouco mais Carlos do Carmo, propomos a leitura do artigo do Jornalista Miguel Carvalho na revista Visão.

Apresentamos alguns execertos:

A última conversa com Carlos do Carmo (1939-2021)

[...]

Era uma vez o fado

Eu fiz a escola primária, o liceu Passos Manuel e morava no Bairro da Bica. O pai, felizmente, mandou-me para um dos maiores colégios do mundo, na Suíça. Imagine o que acontece quando se encontra num local onde as pessoas dizem o que pensam e os jornais escrevem o que querem. Quando voltei, estava estupefacto. Mas não tive tempo de assimilar. O meu pai morreu em 1962, eu tinha 21 anos, a minha mãe não ia poder gerir O Faia, era a estrela da casa. Demos sequência à casa de fados, estive lá 20 anos, com muito sucesso. Quando foi o 25 de Abril, não fiz nenhuma censura, mas fui chamando artista por artista, e dizendo: “Isto é muito pobrezinho, não deves cantar”

Fado perseguido I 

A memória operária do fado era conhecida de muito poucas pessoas a seguir ao 25 de Abril. Eu tive sorte por causa do meu pai. Ele tinha sido livreiro e tinha livros sobre fado. Vouu agora gravar um fado, de um homem chamado João Black, fadista anarcossindicalista, que, em conjunto com o Avelino de Sousa, ia até ao Alentejo cantar o fado como quem vai organizar uma missa, isto nos anos 30.

Depois isto foi amolecendo. A censura fez uma parte e o medo fez a outra. Não se podia cantar um fado sem ser visto pela censura. Isso limitou muito as pessoas. Era quase um hino à pobreza. Mesmo nessa altura, nunca fui muito ligado a esse fado. E quando comecei a cantar fui-me socorrendo do reportório que havia na altura. Um dia tive uma surpresa magnífica. Canto um fado chamado Por morrer uma Andorinha e um dos velhos presos comunistas disse-me que era uma espécie de hino entre eles.

[...]

Carlos do Carmo/Ary dos Santos - Estrela da Tarde


Estrela da Tarde

Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca tardando-lhe o beijo morria.
Quando à boca da noite surgiste na tarde qual rosa tardia
Quando nós nos olhámos, tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos, unidos, ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia.

       Meu amor, meu amor
       Minha estrela da tarde
       Que o luar te amanheça
       E o meu corpo te guarde.
       Meu amor, meu amor
       Eu não tenho a certeza
       Se tu és a alegria
       Ou se és a tristeza.
       Meu amor, meu amor
       Eu não tenho a certeza!

Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram.
Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite se deram
E entre os braços da noite, de tanto se amarem, vivendo morreram.

       Meu amor, meu amor
       Minha estrela da tarde
       Que o luar te amanheça
       E o meu corpo te guarde.
       Meu amor, meu amor
       Eu não tenho a certeza
       Se tu és a alegria
       Ou se és a tristeza.
       Meu amor, meu amor
       Eu não tenho a certeza!

Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso se é pranto
É por ti que adormeço e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto
Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!

Ary dos Santos, in As Palavras das Cantigas

Feliz 2021

Para você ganhar belíssimo Ano Novo...

Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.

Não precisa chorar de arrependimento
pelas besteiras consumadas nem
parvamente acreditar que por decreto

da esperança a partir de Janeiro
as coisas mudem e seja claridade,
recompensa, justiça entre os homens e as nações,

liberdade com cheiro e
gosto de pão matinal, direitos respeitados,
começando pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um ano-novo que mereça
este nome, você, meu caro, tem de
merecê-lo, tem de fazê-lo novo,

Eu sei que não é fácil mas tente,
experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
dorme e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade