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segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Lembrar Sophia no dia do seu nascimento

Poema para a Sofia Andresen

Não sei porque floriram no meu rosto

os olhos e os rostos que há em ti.

Floriram por acaso, ao sol de agosto

sem mesmo haver agosto ou sol em mim.

Não sei porque floriram: se o orvalho as queima

(Ponho as mãos nos olhos para os proteger!)

Tão estranho! florirem no meu rosto

olhos e rostos que não posso ver.

Eugénio de Andrade, Fevereiro de 1946

 

 

Agustina Bessa Luís, Sophiade Mello Breyner Andresen, Eugénio de Andrade


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