Poema para a Sofia Andresen
Não sei porque floriram no meu rosto
os olhos e os rostos que há em ti.
Floriram por acaso, ao sol de agosto
sem mesmo haver agosto ou sol em mim.
Não sei porque floriram: se o orvalho as queima
(Ponho as mãos nos olhos para os proteger!)
Tão estranho! florirem no meu rosto
olhos e rostos que não posso ver.
Eugénio de Andrade, Fevereiro de 1946
Agustina Bessa Luís, Sophiade Mello Breyner Andresen, Eugénio de Andrade
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