Prémio Camões 2002, Maria Velho da Costa (n. 1938) é uma
escritora portuguesa, licenciada em Filologia Germânica pela Universidade de
Lisboa e com o curso de Grupo-Análise da Sociedade Portuguesa de Neurologia e
Psiquiatria.
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Destacando-se, em 1969, com o romance "Maina
Mendes", tornou-se mais conhecida depois da polémica em torno das
"Novas Cartas Portuguesas" (1972), obra em que se manifesta uma
aberta oposição aos valores femininos tradicionais. Esta publicação claramente
antifascista e altamente provocatória para o regime, levou as suas três autoras
a tribunal, tendo o 25 de Abril interrompido as sanções a que estavam sujeitas
as denominadas Três Marias: Maria Velho da Costa, Maria Teresa Horta e Maria Isabel
Barreno.
A escrita de Maria Velho da Costa situa-se numa linha
de experimentalismo linguístico que viria a renovar a literatura portuguesa nos
anos 60.
É autora, entre outras obras, de "O Lugar
Comum" (1966), "Maina Mendes" (1969), "Novas Cartas Portuguesas"
(1972), escrito a três mãos, "Casas Pardas" (1977),
"Lucialima" (1983), "Missa in Albis" (1988),
"Dores" (1994), a peça de teatro "Madame", a partir de Eça
de Queirós e Machado de Assis, um êxito retumbante de palco, interpretado por
Eunice Muñoz e Eva Wilma, "Irene ou o Contrato Social" (2000),
"O Livro do Meio - com Armindo Silva Carvalho (2006), "Myra"
(2008) e "O Amante do Crato" (2012).
Maria Velho da Costa foi premiada entre outras
distinções, com o Prémio Cidade de Lisboa, pelo romance "Casa
Pardas", com o Prémio D. Dinis, por "Lucialima" e com o Prémio
de Novela e Romance da APE, pelo romance "Irene ou o Contrato
Social".
Em 1997 foi-lhe atribuído o Prémio Vergílio Ferreira
pelo conjunto da sua obra. Em 2002 foi distinguida com o Prémio Camões.