A escritora
está a concluir a biografia do jesuíta num formato destinado ao público mais
jovem. "Espero que pelo menos os jovens leiam a biografia e percebam a
figura importante que ele foi", afirma.
"Isto
anda tudo doido... Eu estou a escrever a biografia do senhor, quer isto dizer
que quando o livro for publicado (se a editora não voltar atrás...) vai ser
queimado como no tempo da Inquisição?", questionou.
O que
aconteceu em Lisboa parece ter sido um episódio de mimetismo do que tem
acontecido nos EUA e em alguns países europeus, onde uma onda de protestos
contra o racismo tem levado ao derrube de estátuas de figuras consideradas
colonizadoras e esclavagistas, na sequência das manifestações contra a morte do
afro-americano George Floyd.
No entanto,
ao contrário do que pensou quem pintou a estátua do Padre António Vieira, o
jesuíta nunca foi um esclavagista, antes pelo contrário, defende Alice Vieira.
"Não há
razão nenhuma [para o consideraram esclavagista], porque ele sempre defendeu os
escravos, sempre defendeu os indígenas", lembrou.
No entanto, a
biógrafa da figura histórica alerta que "mesmo que fosse verdade, que o
Padre António Vieira tivesse tido escravos, não podemos julgar hoje o que foi
feito há uma data de anos... Todos os reis portugueses tiveram escravos. Aquilo
era uma época, agora é outra", sustenta a escritora.
Alice Vieira
está a escrever a biografia do jesuíta no âmbito de uma coleção sobre figuras
da história e da literatura que é publicada pela Imprensa Nacional e se destina
ao público jovem.
É nos
leitores mais novos - grandes fãs de todos os seus livros - que reside a
esperança da escritora em que se faça justiça em relação à importância do Padre
António Vieira.
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