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sábado, 21 de março de 2020

21 de março: Dia Mundial da Poesia


Neste 21 de março, partilho convosco dois poemas reescritos a partir de palavras de dois poemas de Sophia de Mello Breyner Andresen pelos alunos do 10.º1 e 10.º2.



Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio
E suportar é o tempo mais comprido.

Peço-Te que venhas e me dês a liberdade,
Que um só dos teus olhares me purifique e acabe.

Há muitas coisas que eu quero ver.

Peço-Te que sejas o presente.
Peço-Te que inundes tudo.
E que o Teu reino antes do tempo venha.
E se derrame sobre a Terra
Em Primavera feroz precipitado.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Peço-te que sejas o presente.
Que me purifique,
Só dos teus olhares
Inundes a terra.

Peço-te que venhas e me dês
A liberdade, antes do tempo,
E que o teu reino derrame
O tempo mais comprido.

Peço-te porque tudo está
Sobre coisas,
E suportar é ver que há muitas que eu quero.

Chamo-te, em primavera,
Ainda no princípio
(que) venha feroz, precipitado,
E se acabe tudo.

10º2ª

A hora da partida

A hora da partida soa quando
Escurece o jardim e o vento passa,
Estala o chão e as portas batem, quando
A noite cada nó em si deslaça.

A hora da partida soa quando
as árvores parecem inspiradas
Como se tudo nelas germinasse.

Soa quando no fundo dos espelhos
Me é estranha e longínqua a minha face
E de mim se desprende a minha vida.

Sophia de Mello Breyner Andresen

A noite escurece e as portas batem.
Soa quando a hora da partida,
estranha e longínqua,
e o vento passa.

Soa quando cada nó em si deslaça,
quando soa a hora da partida.

Como se tudo germinasse.
E de mim no jardim se desprende.

Quando estala o chão
 as árvores inspiradas parecem (a) minha vida,
nelas, a minha face me é (o) fundo dos espelhos.

10º1





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